quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Convergência das mídias: transformação cultural

     O nosso último post da disciplina “Informação em Mídias Digitais” faz uma viagem por todos os assuntos tratados ao longo do semestre, com informações e conhecimentos novos e adquiridos, e comenta sobre a tal ‘Cultura da Convergência’ e a interatividade das mídias digitais de informação em um suporte digital.
     Segundo Jenkins (2008, p. 27-28): “[ . . . ] a convergência representa uma transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos.” A ideia do autor não representa o fato de reunir todas as mídias de informação tradicionais em um aparelho tecnológico só, em um único suporte, e sim entender que toda convergência acontece dentro dos cérebros desses consumidores individuais com as suas necessidades informacionais e em suas interações sociais com os outros. Essas interações fazem com que os consumidores das informações sejam protagonistas na construção de conhecimento e na tomada de decisões. É a inteligência coletiva, onde cada integrante sabe um pouco de alguma coisa e compartilha com os outros, transformando-se dessa maneira, em uma fonte alternativa do poder mediático. Conforme Jenkins (2008) nós estamos aprendendo a usar esse poder, com nossas interações, dentro da chamada cultura da convergência.
     A cultura da convergência inclui o conceito de que o consumidor da informação tem um papel ativo de cooperação na construção da produção das notícias, contrastando com a ideia da passividade dos espectadores dos meios de comunicação tradicionais.
     Mas o que realmente significa o termo convergência? Jenkins (2008, p. 27) define convergência como:
[ . . . ] fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam.


     Ou seja, a convergência é a interação e interconexão das mídias de informação tradicionais: rádio, televisão, jornal, telefone e computador. Independentemente do fato de elas se apresentarem em um único aparelho tecnológico ou em separados, o que interessa é a comunicação entre elas, de maneira a disponibilizar para as pessoas todas as informações atualizadas, sendo possível acessá-las em todas as horas, em todos os lugares, para todas as pessoas e em suporte digital, onde cresce o protagonismo do consumidor, dando-lhe liberdade para interagir, trocar pensamentos e, como comenta McLhuan (200?) alcançar os centros de produção de conhecimento que dão origem a essas notícias recebidas, possibilitando-lhe fazer e compartilhar comentários sobre essas informações. Um claro exemplo de convergência é o celular digital, que além de ser um meio de comunicação que permite conectar as pessoas para conversar, tal qual era a função do telefone convencional, permite s utilização para o acesso a Internet, escutar rádio, assistir televisão, etc.
     Para citar a referência da convergência com os posts do blog da disciplina, começarei pela criação do blog acadêmico. Ele apresenta o fator convergência das mídias de maneira clara e efetiva. Nele é possível observar a interatividade entre os textos produzidos, as imagens, os vídeos, além dos comentários postados pelos colegas, o que permite uma interação maior. O mesmo aconteceu com os fotoblogs, onde as fotos são armazenadas em repositórios digitais, onde qualquer pessoa pode fazer comentários, apreciações e manifestações de gosto. Outra ferramenta informacional que permite a visualização da convergência cultural e a transformação é o Twitter, definido como um correio eletrônico de até 140 caracteres, comparando-se com a carta tradicional. No primeiro a interação é dada on-line, veloz e instantânea, já na segunda, o processo de comunicação é mais lento e envolve outros fatores, como transporte da correspondência, que interfere na dinâmica do diálogo participativo.
     Outra mídia digital analisada incluiu os repositórios de vídeos digitais, os quais podem ser acessados via Internet, desde qualquer lugar do mundo e a qualquer hora, utilizando para que isso aconteça, um telefone celular, um computador, etc.
     Os jornais tradicionais também sofreram a transformação digital e fazem parte da cultura da convergência. Hoje eles interagem com outras mídias como rádio, televisão, outros jornais. Apresentam textos, fotos, vídeos, links de sites com notícias, além de permitir a participação e protagonismo dos leitores através de comentários, opiniões, sugestões, etc. Os jornais eletrônicos também oferecem uma gama de produtos e serviços que são muito úteis, por exemplo, anúncios com ofertas de emprego para as pessoas, agrupando-as conforme o perfil, profissão, idade, etc. Praticamente, hoje em dia é bem mais simples arrumar emprego pela Internet e sem sair de casa, isso é o que a convergência nos oferece.
     Os museus tradicionais e físicos mudaram bastante o seu pensamento e estão interagindo mais com os computadores e a Internet. Eles entenderam que também pode ser ganancioso tanto para eles como para as pessoas que frequentam essas instituições. As duas possibilidades, sem que uma exclua à outra, brinda ao consumidor o protagonismo e a liberdade da escolha. Os museus virtuais permitem o fácil acesso, é interativo e permite a interatividade com outras mídias: vídeos, fotos, textos, além da possibilidade da realização de comentários. Essa interação nos aproxima mais dos outros com suas ideias e pensamentos.
     As redes sociais e comunidades virtuais, outro assunto tratado na disciplina, nos mostra a importância desse fenômeno relacionado com a convergência. Essas redes permitem compartilhar e reunir várias mídias em um único formato digital: imagens, vídeos, notícias, mensagens, etc.
     Então, a convergência para ter sentido depende da participação ativa das pessoas, ou seja, dos consumidores da informação. Sem essa premissa, ela não teria razão de existir. Essa modalidade que inclui a tecnologia das ferramentas informacional, os suportes, causa uma mudança de paradigma comportamental e uma necessidade de adaptação à nova tendência, o que gera, conforme o texto de Jenkins (2008) uma nova cultura.
     Jenkins (2008, p. 28) faz uma apreciação relevante sobre a cultura da convergência:
[ . . . ] por haver mais informações sobre determinado assunto do que alguém possa guardar na cabeça, há um incentivo extra para que conversemos entre nós sobre a mídia que consumimos. Essas conversas geram um burburinho cada vez mais valorizado pelo mercado das mídias.

     Analisando a citação do autor, entendo que a convergência provoca uma mudança cultural dentro das pessoas, e uma preocupação a cada dia maior por conhecer as novas mídias, os novos canais tecnológicos de informação, que lhes oferece a possibilidade de se tornarem mais participativos e cooperativos dentro da sociedade na qual convivem.

Figura 1: Cultura da convergência
Fonte: Google Imagens
     A velocidade com que tudo acontece com relação aos avanços tecnológicos e descobertas, nos leva a pensar que é preciso se adaptar aos meios e circunstâncias, de maneira que permita direcionar os usuários pelo caminho apropriado, visando satisfazer as demandas informacionais e otimizando a recuperação da informação. Como futuro profissional da informação, penso que é possível convergir todos os elementos informacionais distribuídos nas diferentes mídias comentadas. A urgência informacional dos usuários caracterizada na atualidade só pode ser satisfeita a partir da convergência das mídias. O bibliotecário é o gerenciador das informações presentes nessas mídias, portanto, o responsável por fazer o bom uso delas, desenvolvendo a função de gestor, interagindo e contribuindo com a geração do conhecimento dos usuários.



REFERÊNCIAS

JENKINS, HENRY. Venere no altar da convergência. In: ______. Cultura da convergência. Tradução: Suzana Alexandria. [Nova York]: Aleph, 2008. p. 25-51. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/course/view.php?id=10743>. Acesso em: 15 nov. 2011.

MCLHUAN, Marshall. A convergência das mídias: do Mass ao Self Media. [s.l]: [s.n.], [200?]. Disponível em: <http://www.citi.pt/estudos_multi/joao_mesquita/index.html>. Acesso em: 16 nov. 2011.

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