sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Jornais digitais nacionais e internacionais: notícias para todos

     A notícia que está dando volta ao mundo, sem lugar a dúvidas , é a morte do ex-ditador da Líbia, Muammar Kadafi. Em meio a comemorações locais, diversos jornais nacionais e internacionais estão abordando o assunto de maneira apropriada e disponibilizando as notícias em seus sites a medida que os fatos vão acontecendo. 
     Os jornais digitais escolhidos para a análise quanto à abordagem e cobertura que cada um lhe deu à notícia da morte do ex-líder líbio são: El Clarín e La Nación (Argentina) e O Globo e Zero Hora (Brasil).
     El Clarín apresenta um vídeo como notícia principal, com o ditador Kadafi pedindo clemência para os rebeldes, momentos antes de ser assassinado. A notícia principal mostra subdivisões: fotos atuais relacionadas com a captura do militar, repasso da  história ao longo dos 42 anos do mandato e outras notícias comentando a detenção de um dos filhos de Kadafi.
                            Figura 1 - El Clarín.com
                    
                                        Fonte: Google Imagens

     La Nación não apresenta vídeos e destaca os vínculos que o ditador Muammar Kadafi tinha com a Argentina e com algumas personalidades famosas tais com: a presidente Cristina Kirchner e o futbolista Diego Maradona.

                                     Figura 2 - La Nacion.com
                                                Fonte: Google Imagens
   
     Já o jornal brasileiro O Globo traz como anúncio a notícia da criação de um comitê líbio para investigar a morte de Kadafi, que segundo rumores teria sido executado e não morto durante um tiroteio, como asseguravam as autoridades locais.

                                    Figura 3 - O Globo on-line
                                               Fonte: Google Imagens
    

     O jornal Zero Hora apresenta uma cobertura bem completa do fato, destacando a incertidumbre provocada com a morte de Kadafi com relação ao próximo governo a ser eleito e a criação do Conselho Nacional de Transição líbio.

                                          Figura 4 - Zero Hora on-line
                                               Fonte: Google Imagens    


     Como ponto comum a todos os jornais em meio eletrônico se destaca a cobertura atualizada da notícia da morte de Muammar Kadafi, ex-ditador da Líbia. Como pontos divergentes, considero que os jornais argentinos são mais partidários e tendenciosos,  buscando constantemente estabelecer uma conexão do regime imposto por Kadafi e o governo atual da presidente Cristina Kirchner. É de público conhecimento o conflito existente entre El Clarín, que obstenta ou obstentava até pouco tempo atrás, o monopólio informacional e o governo K, com a censura travada e as investigações sobre a suposta origem dos filhos da presidente do jornal mais popular da Argentina. Essa controvérsia causou mandatos e que se abrisse novamente os arquivos pertencentes à ditadura militar.
     Entretanto, os jornais brasileiros dão uma cobertura menor ao fato da morte de Kadafi. Eles dão menor relevância, sem deixar de publicar as informações pertinentes à notícia, porém, apresentam menor quantidade de conteúdo, deixando visível outros assuntos, não menos importantes do âmbito local.
     Penso que os usuários de sistemas de informação devem receber as notícias livres de qualquer tendência e distorsão. Devem ser entendidas as informações relacionadas ao fato tal como aconteceu, sem interferências e ruídos, que possam causar desagrado e desprazer pela prática da leitura.
        
     

REFERÊNCIAS





EL CLARÍN.COM. Un video revela el pedido de clemencia de Kadafi al ser capturado. El Clarín, Buenos Aires, 2011. Disponível em: <http://www.clarin.com/mundo/demora-funeral-Kadafi-investigacion-muerte_0_576542516.html>. Acesso em: 21 out. 2011.


LA NACION.COM. Khadafy en tapa: un trofeo mediático de la aldea global. La Nación, Buenos Aires, 2011. Disponível em: <http://www.lanacion.com.ar/1416577-khadafy-en-tapa-un-trofeo-mediatico-de-la-aldea-global>. Acesso em: 21 out. 2011.


O GLOBO ONLINE. CNT cria comitê para investigar morte de Kadafi. O Globo, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/10/24/cnt-cria-comite-para-investigar-morte-de-kadafi-ong-denuncia-execucoes-em-sirta-925640405.asp>. Acesso em: 21 out. 2011.


ZEROHORA.COM. Conselho Nacional de Transição líbio afirma que Kadafi está morto. Zero Hora, Porto Alegre, 2011. Disponível em: < http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Mundo&newsID=a3533213.htm>. Acesso em: 21 out. 2011.  

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Jornais eletrônicos: novos caminhos

     
     O primeiro aspecto relevante como conseqüência do surgimento do jornal eletrônico foi a discussão gerada sobre a sobrevivência do jornal impresso. Muitas teorias e opiniões despertaram o interesse dos profissionais para pesquisarem sobre esse assunto. Conforme Quadros (2002) os pesquisadores das Ciências da Comunicação se preocuparam também em investigar sobre esse tema relacionado ao estado da arte do jornalismo on-line.
     Partindo dessa discussão criada, posso acrescentar que sempre existiram os questionamentos e as incertezas perante as novas inovações tecnológicas. Rapidamente se pensa na substituição, desconsiderando os formatos informacionais convencionais. Quase sempre o novo desperta curiosidade, tornando-nos fiéis consumidores e com ânsia de experimentar.
     Acredito que o jornal eletrônico e o jornal impresso podem caminhar juntos no mesmo sentido e com o mesmo objetivo, suprir as demandas informacionais dos usuários. Entretanto, o boom dos jornais digitais entre 1995 e 1996, como comenta Quadros (2002) junto como o elevado preço das assinaturas dos periódicos impressos e os avanços tecnológicos e científicos, abriram uma apreciada vantagem em favor destes com relação ao custo/benefício.
     Desde essa perspectiva e conforme comenta Mielniczuk (2001) o atual cenário tem como protagonistas principais as empresas e as editoras, que com o surgimento de iniciativas destinadas exclusivamente para a Internet, modificam os costumes e propõem mudanças no curto prazo. Mielniczuk (2001, p. 2) continua explicando que: “São sites jornalísticos que extrapolam a idéia de uma simples versão para a Web de um jornal impresso e passam a explorar de forma melhor as potencialidades oferecidas pela rede. Tem-se, então, o webjornalismo.” Desde esse olhar, a tendência dos jornais impressos se tornarem eletrônicos é manifestada pela potencialidade e customização, além da rapidez e efetividade característica da tecnologia, na busca da obtenção precisa das informações requeridas. Outros elementos interessantes que Bardoel e Deuze (2000 apud Mielniczuk 2001, p. 3) mencionam ao estudar as características do jornalismo desenvolvido para a web são os seguintes: [...] interatividade, customização de conteúdo, hipertextualidade e multimidialidade.
     Na atualidade, a tendência dos jornais impressos se tornarem eletrônicos ganhou força. De fato, existe toda uma mudança de paradigma que teve origem a partir das seguintes causas: em primeiro lugar se faz referência aos usuários ou população-alvo. As pessoas têm a característica de ser mediáticas e consumidoras de todas as novas descobertas e inovações tecnológicas emergentes. Hoje qualquer integrante da comunidade se comunica através da web e da Internet. Relacionando as causas dos jornais impressos se tornarem eletrônicos com a web, Alves (2006) comenta que a mesma oferece um alcance global, sem barreiras, possibilitando o acesso às fontes de informação digitais, desde qualquer lugar do mundo. Ainda Alves (2006) continua dizendo que a indexação no meio virtual permite a acumulação de conteúdo, sendo possível utilizar essas informações para pesquisas futuras. A web fornece interatividade e cooperação entre os usuários, nos permite a participação e a construção de críticas, comentários e sugestões on-line. O leitor tem o direito da liberdade da escolha, quais jornais e notícias ele quer consumir, e sem a necessidade de aceitar tudo o que lê, como acontecia e acontece com os jornais impressos ainda existentes.
     Toda essa discussão gerada em volta à mudança de paradigma tem um alto grau de impacto nos canais de informação, pois como continua nos dizendo Alves (2006, p. 98): “A novidade é que temos à nossa disposição um meio que tem a capacidade de absorver as características de todos os outros meios. A internet pode ser rádio, TV, jornal, revista, tudo ao mesmo tempo.” Portanto, o jornal eletrônico simplifica e facilita o acesso as notícias por meio do recurso tecnológico que é a web.

Figura 1: Jornal eletrônico
Fonte: Google Imagens

     Para os profissionais da informação é um desafio que deve ser encarado com responsabilidade e dedicação. A capacitação e qualificação devem vir à tona, a atualização dos recursos tecnológicos de busca devem ser aprimorados dentro de uma unidade de informação. A operacionalidade das novas ferramentas tecnológicas envolve também o tratamento da informação: a catalogação e a classificação.



REFERÊNCIAS





ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo digital: dez anos de web... e a revolução continua. Comunicação e Sociedade, [s.l.], v. 9-10, p. 93-102, 2006. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101617>. Acesso em: 14 out. 2011.

MIELNICZUK, Luciana. Características e implicações do jornalismo na Web. In: CONGRESSO DA SOPCOM, 2., 2001, Lisboa. Anais… Lisboa: Universidade Lusófona, 2001. Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_mielniczuk_caracteristicasimplicacoes.pdf>. Acesso em: 14 out. 2011.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Repositórios de vídeos acadêmicos

     Neste mundo tecnológico e avançado, se faz necessário a organização da informação, de maneira que permita a recuperação nas fontes, das publicações e trabalhos científicos necessários para a realização de novas pesquisas. Um instrumento apropriado para a guarda de toda a produção intelectual são os repositórios.
     Neste contexto e de acordo com o Glossário do IBICT (apud Ferreira, 2007, p. 79): “os repositórios são sistemas de informação que armazenam, preservam, divulgam e dão acesso à produção intelectual de comunidades científicas. Incentivam e gerenciam a publicação pelo pesquisador (auto-arquivamento), utilizam tecnologia aberta e podem ser acessados por diversos provedores de serviços nacionais e internacionais.”
     Os repositórios se dividem em duas classes: os temáticos são os repositórios relacionados com uma área especializada do conhecimento e, os institucionais, que segundo Linch (2003 apud FERREIRA, 2007, p. 79) ”[...] se constituem em um conjunto de serviços oferecido para uma dada instituição aos membros de sua própria comunidade para a gerência e disseminação dos materiais digitais criados por ela, ou seja, seu foco é a memória técnica de uma dada instituição que pode ser composta por trabalhos publicados e/ou originais e apresentados em distintos formatos, suportes e tecnologias.”
     A diferença entre um repositório simples e um institucional está manifestada na questão de que em um repositório institucional, os benefícios de maximizar o impacto do trabalho científico e da publicação de um pesquisador são mais sentidos pelo próprio investigador e pela instituição que ele representa. A conseqüência dessa visibilidade e acessibilidade, a partir do auto-arquivamento das publicações nos repositórios, é o maior benefício que a entidade consegue através dos subsídios para futuras investigações, além do reconhecimento e prestigio alcançado pelos trabalhos.
     Sempre pensando nos repositórios como sistemas de armazenamento da informação, podemos incluir também os repositórios de vídeos. Segundo Rozados ([20--?], p. 2) os repositórios de vídeos são “sistemas de captura, tratamento, organização e recuperação da informação multimídia – vídeos.” Eles são ferramentas apropriadas e úteis na educação, onde os alunos podem utilizar o recurso de uma maneira mais amigável e simples, interagindo com os professores através de vídeos-aula.
     Dessa interação dos repositórios de vídeos e a educação nasceram os repositórios de vídeos acadêmicos. Neles os conteúdos são meramente focados para a aprendizagem do aluno. Os vídeos não precisam ser assistidos exclusivamente em sala de aula, também podem ser utilizadas as plataformas de ensino à distância.
     De acordo com o pensamento de alguns autores, entre eles Moran (1995) os repositórios de vídeos acadêmicos podem ser utilizados de maneira a atender distintos interesses e públicos. Ainda Moran (1995) comenta que os fins podem ser tanto para a sensibilização (introduzir um novo assunto e despertar curiosidade), como ilustração (complemento do assunto abordado), como simulação (relaciona a teoria com a prática através da experiência), como conteúdo de ensino (o próprio tema a ser estudado), como produção (dos próprios alunos), como avaliação (dos alunos e professores), como espelho (como análise individual e grupal) e por fim, como integração/suporte (conhecimento de outras mídias).
     Citando alguns exemplos de repositórios de vídeos acadêmicos temos o Vimeo: <http://www.vimeo.com/>. O Vimeo foi criado por cineastas e criadores de vídeo que queriam compartilhar os seus trabalhos. Os vídeos do repositório não devem infringir os direitos autorais nem ser usados para fins comerciais. Conforme Natal (2010) o Vimeo apresenta boa qualidade e é favorito dos profissionais para exibir seus portfólios e trabalhos inéditos.
      Outro ótimo exemplo de repositório de vídeos acadêmicos é o YouTube Edu: <http://www.youtube.com/education>. Ele disponibiliza vídeos educativos de todas as áreas do conhecimento, podendo ser acessado por qualquer pessoa e desde qualquer lugar. O YouTube Edu foi apresentado ao público em 2009, representa uma categoria do YouTube é possível encontrar vídeos sobre aulas ministradas por professores, projetos de pesquisa, etc.
     Um terceiro modelo de repositórios de vídeos acadêmicos é o Zappiens: <http://zappiens.br/portal/home.jsp>.  Zappiens.br é um projeto do Comitê Gestor da Internet no Brasil para divulgação, disseminação e distribuição de conteúdos digitais em língua portuguesa. Neste site é possível encontrar materiais disponibilizados por diversas instituições, entre elas o Arquivo Nacional, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNEP, a Universidade de São Paulo – USP e a Universidade de Campinas – Unicamp.  Este projeto experimental foi disponibilizado em fevereiro de 2010 e criado em parceria entre as instituições anteriormente citadas.
      Portanto, os repositórios de vídeos são perfeitos aliados dos professores na busca da transmissão do ensino e da aprendizagem na sala de aula. Podem ser usados como complemento, incluindo a modalidade do ensino à distância-EAD. Permitem a integração dos recursos tecnológicos que ultrapassa as limitações espaço-temporais da sala de aula.




REFERÊNCIAS

FERREIRA, S. M. S. P. Repositório institucional em comunicação: o projeto Reposcom implementado junto à Federação de Bibliotecas Digitais em Ciências da Comunicação. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. esp., 1º sem. 2007. 
MORAN, J. M. O vídeo na sala de aula. Comunicação & Educação, São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. 1995. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm>. Acesso em: 09 out. 2011.

NATAL, B. YouTube e Vimeo promovem as suas primeiras competições de vídeos. O Globo, São Paulo. 2010. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/09/30/youtube-vimeo-promovem-as-suas-primeiras-competicoes-de-videoa-922669427.asp>. Acesso em 10 out. 2011.


ROZADOS, H. B. F. Repositórios de vídeos. [20--?]. 20 transparências. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/course/view.php?id=10743>. Acesso em: 08 out. 2011.


VIMEO. Repositório de vídeos. 2011. Disponível em: <
http://www.vimeo.com/>. Acesso em: 08 out. 2011.


YOUTUBE. Histórico da empresa: YouTube Edu. 2010. Disponível em:
<http://www.youtube.com/education>. Acesso em: 07 out. 2011.
 


ZAPPIENS. Sobre o projeto. 2010. Disponível em: <http://www.zappiens.br/portal/visualizarTexto.jsp?midia=sbprojeto>. Acesso em: 07 out. 2011.