terça-feira, 8 de novembro de 2011

Webmuseus: acesso ao conhecimento

     A sequência dos posts nos leva a viajar pelo mundo, a descobrir lugares inimagináveis e a ingressar nos museus virtuais. A Internet, juntos com os avanços tecnológicos, nos permite conhecer os museus experimentando uma nova modalidade: a visita virtual. Hoje em dia, é possível apreciar a cultura, representada pelos objetos construídos pelo homem, sem sair de casa. Neste contexto, é preciso dar uma definição de museu, que conforme Oliveira (2007, p. 150) expressa: “[ . . . ] museu é sinônimo de coleção, de acervo, de documentação, conservação, exposição e informação de qualquer tipo de objeto, organizado por alguém ou por uma instituição, com ambição de apresentar ao público, criar formas educativo-pedagógicas, pesquisa e extensão.” Esse pensamento permite entender que o museu como instituição cultural nos mostra a memória, a história e a vida de uma sociedade. Ele tem como finalidades: a educação, a instrução, o conhecimento e o entretenimento dos visitantes. 
     Desde sempre conhecemos os museus em sua forma física, com exposições permanentes, visitas guiadas e de aproximação com os objetos.  Uma nova modalidade de visita aos museus refere-se ao museu na web, como nos explica Carvalho (2008, p. 83):

Com a expansão da rede na década de 90, multiplicaram-se sites de Museus, dedicados aos mais diferentes temas, com nomes e tipologias, permitindo ao usuário da Internet “visitar”, num mesmo dia, museus localizados fisicamente em diferentes continentes. Muitos destes sites são espelhamentos de instituições museológicas construídas no espaço físico. Essa capacidade de alcance possibilitada pelas redes eletrônicas chegou a despertar o questionamento de que os museus físicos pudessem ser substituídos por seus equivalentes digitais.

     Logo da contextualização dos webmuseus, fiz uma viagem imaginária pelo mundo, percorrendo museus de diferentes nações. Tive a oportunidade de visitar em um mesmo dia, museus localizados a vários quilômetros de distância, por diferentes países e continentes. Os museus devem ser entendidos como uma porta de acesso que abre para nós conhecer e aprender sobre a essência e origem de um povo ou nação. Existem categorias de museus e que segundo Schweibenz (2004 apud CARVALHO, 2008, p. 3) as define como: Museu Folheto (the brochure museum): apresenta informações básicas sobre o museu, informando seu potencial aos visitantes; Museu de Conteúdo (the content museum): apresenta as informações relacionadas aos objetos, como a base de dados da coleção; o Museu do Aprendizado (the learning museum): oferece informações orientadas ao contexto em vez do objeto e o Museu Virtual (the virtual museum): não tem acervo físico e pode fazer conexões com coleções digitais de outros museus.
     A partir das visitas virtuais realizadas pelos diferentes museus pude elaborar as seguintes informações:
Ø  Museu do Iraq: webmuseu muito legal, retratando atualmente a história antiga. Pode ser considerado um museu do aprendizado por apresentar informações relacionadas ao contexto a partir do objeto. Site interativo, com descrições, vídeos e a possibilidade do visitante “passear” pelo museu, selecionando a informação que deseja obter. Atrai o público visitante e causa curiosidade na hora de percorrer o museu.
·         Museu Virtual de Arte Brasileira (MVAB): museu virtual do tipo museu folheto, com informações básicas sobre a instituição e os artistas, incluindo biografia, bibliografia, etc. Não é muito interativo quanto o Museu do Iraq;
·         Web Gallery of Art: deixa claro que é um museu virtual e banco de dados para pesquisa sobre pintura e escultura européias. Bem organizado, entre os vários serviços oferecidos se destaca a ferramenta de busca para localização das obras, glossário de termos e banco de dados. Voltado para tipo de museu do conteúdo;
·         Museo Virtual de Artes El Pais (MUVA): Muito interativo, deixa claro que é um museu totalmente virtual, sem acervo físico.
·         Museu de Arte de São Paulo (MASP): webmuseu que reflete o museu físico, apresentando as exposições. Com bastante texto, voltado para o museu do aprendizado.
·         Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS): webmuseu que expõe virtualmente o acervo físico. Chama a atenção por disponibilizar um tour virtual de determinadas exposições, como a do Realismo da França, de maneira muito interativa.
·         Museu da Pessoa: Um Museu Virtual muito interessante e diferenciado por apresentar histórias de pessoas, construindo assim uma rede de histórias com a finalidade de valorizar cada história na sociedade.  Museu virtual com conexão com redes digitais externas, ou seja, visa construir uma rede internacional de histórias buscando mudanças sociais. Possui uma biblioteca com acervo constituído de artigos e teses relacionadas à história e memória oral. Possui também uma livraria digital que disponibiliza edições gratuitas.
     Ao longo do percurso e visitas nas instituições culturais virtuais, verifiquei que são muitas as vantagens dos webmuseus: acesso rápido e facilidade para chegar até os objetos e às exposições; permissão de acesso aos bancos de dados dos objetos; conhecimento das biografias dos artistas; contextos dos objetos; histórias de vidas; artigos e teses; uso de recursos tecnológicos para explorar as exposições, tais como vídeos e tours on-line; acesso a museus de qualquer lugar do mundo sem sair de casa; novas informações e conhecimentos; entre outros.
     Quanto às desvantagens, concordo de certa maneira com o pensamento de Oliveira (2007) que manifesta que no futuro o público pode se contentar com visitas aos acervos e exposições no ciberespaço, deixando de ir ao museu presencial, se acostumando com essa nova modalidade que a tecnologia da informática oferece. Com certeza não é a mesma coisa visitar um museu virtual do que um museu físico. A maneira de apreciação e observação é diferente, porém, para quem não tem a possibilidade de realizar uma visita presencial a uma dessas instituições, seja por falta de recursos ou escassez de tempo, a visita virtual é considerada uma ótima opção, é outra maneira de acesso ao conhecimento. Ambas alternativas são válidas, reconhecidas e aceitas, a visita aos webmuseus não impede a visita física, pois a emoção vivenciada de estar no lugar dos acontecimentos é inigualável, mas como anteriormente manifestei, as distâncias geográficas podem ser um obstáculo.  
     Como o museu é um lugar de interação cultural, de aprendizagem e de geração de novos conhecimentos, ele adota um papel fundamental como fonte de informação institucional. Na disseminação da informação, tem uma função especial:

Como aparatos informacionais, os museus produzem e processam informações extraídas dos itens de suas coleções – individualmente ou em conjunto - de modo a gerar novas informações. Tais operações podem ser realizadas internamente, no âmbito de suas atividades de rotina (particularmente a documentação e a exposição), ou externamente, por estudiosos que invocam como testemunham ou recorrem aos mesmos na qualidade de documentos. (NIEMEYER; LOUREIRO, 2004, p. 102).



     Portanto, os webmuseus oferecem uma nova alternativa de acesso ao conhecimento. São fontes de informação que buscam satisfazer as demandas dos visitantes e além do mais, o enriquecimento cultural que permita o progresso da sociedade.
           



REFERÊNCIAS

CAVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio, [Rio de janeiro], v. 1, n. 1, p. 83-93, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/issue/view/2/showToc>. Acesso em: 05 nov. 2011.


NIEMEYER, Maria Lucia de; LOUREIRO, Matheus. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço.  Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101649>. Acesso em: 06 nov. 2011.


OLIVEIRA, José Cláudio. O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital. Comunicação e Sociedade, [São Paulo], v. 12, p. 147-161, 2007. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101648>. Acesso em: 05 nov. 2011.

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